Muitas pessoas que sofrem de problemas psiquiátricos precisam tomar medicamentos para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. No entanto, alguns desses remédios podem ter efeitos negativos na vida sexual, como diminuir o desejo, dificultar a ereção, atrasar ou impedir o orgasmo e reduzir a lubrificação. Neste artigo, vamos explicar como os medicamentos psiquiátricos podem causar disfunção sexual e quais são as possíveis soluções para esse problema.
Os tipos de medicamentos psiquiátricos que podem afetar a vida sexual
Os medicamentos psiquiátricos são usados para tratar diversos transtornos mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Esses remédios atuam no cérebro, alterando o equilíbrio de neurotransmissores como a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e a acetilcolina. Essas substâncias são responsáveis por regular o humor, as emoções, o sono, o apetite e também a função sexual.
Os medicamentos psiquiátricos que mais podem interferir na vida sexual são:
- Os antidepressivos com atividade predominantemente serotoninérgica, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) e os antidepressivos tricíclicos. Esses remédios podem diminuir o desejo sexual, dificultar a excitação, retardar ou bloquear o orgasmo e causar dor na penetração.
- Os antipsicóticos que induzem hiperprolactinemia, ou seja, o aumento dos níveis do hormônio prolactina no sangue. A prolactina é responsável pela produção de leite nas mulheres e também pode inibir a liberação de testosterona nos homens. O excesso de prolactina pode levar à diminuição da libido, da ereção e da ejaculação nos homens e à redução da lubrificação e do orgasmo nas mulheres.
- Os estabilizadores de humor ou anticonvulsivantes que têm efeitos hormonais, como o valproato, a carbamazepina e a lamotrigina. Esses remédios podem diminuir os níveis de testosterona nos homens e de estrógeno nas mulheres, afetando o desejo e a resposta sexual.
Como lidar com os efeitos colaterais dos medicamentos psiquiátricos na vida sexual
Se você está sofrendo de disfunção sexual por causa dos medicamentos psiquiátricos que toma, não desanime nem desista do tratamento. Existem algumas alternativas que podem ajudar a minimizar ou reverter esse problema. Veja algumas dicas:
- Converse com o seu médico sobre os seus sintomas sexuais. Ele pode avaliar se é possível ajustar a dose, trocar o medicamento ou adicionar outro remédio que possa contrabalancear os efeitos colaterais na função sexual.
- Procure um terapeuta sexual que possa orientá-lo sobre técnicas e exercícios para melhorar o seu desempenho e a sua satisfação sexual. A terapia sexual também pode ajudar a lidar com questões emocionais e relacionais que podem estar afetando a sua vida sexual.
- Invista na sua saúde física e mental. Pratique atividades físicas, alimente-se bem, durma o suficiente, evite o álcool e o tabaco, controle o estresse e cuide da sua autoestima. Esses hábitos podem melhorar o seu bem-estar geral e também a sua libido e a sua resposta sexual.
- Não se cobre nem se compare. A disfunção sexual pode gerar ansiedade, culpa, vergonha e frustração, que só pioram a situação. Seja gentil consigo mesmo e com o seu parceiro ou parceira. Lembre-se de que a vida sexual não se resume à penetração e ao orgasmo. Explore outras formas de intimidade, carinho e prazer.
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