Muito tem se falado do “edging”, uma técnica sexual desenvolvida há mais de cinquenta anos para tratar a ejaculação precoce, mas que ultimamente tem sido usada para controle do orgasmo e intensificação do prazer sexual.
Também referido como “gooning”, “debrum”, “pico”, ou “surfe”, esta técnica pode ser praticada sozinho ou com uma parceira, e envolve a manutenção de um elevado nível de excitação sexual por um período de tempo prolongado sem atingir o orgasmo, levando o homem a ter sucessivas sensações de “quase orgasmo” e “orgasmos mais intensos” quando ele finalmente ocorre.
O edging também é utilizado para que os casais possam atingir o orgasmo juntos e para descobrir que tipos de estímulos a pessoa acha mais prazeroso.
Ao contrário do sexo tântrico, no edging o orgasmo é prioritário. O foco é justamente o controle da ejaculação.
Você pode praticar o edging sozinho?
Especialistas em sexualidade e terapeutas sexuais concordam que a masturbação e um indicador importante de uma vida sexual satisfatória. Conhecer o próprio corpo e experimentar diferentes técnicas pode aumentar a satisfação pessoal, melhorar a saúde e fortalecer o relacionamento sexual com uma parceira.
Como se pratica o edging?
O processo é o seguinte:
- O homem se aproxima do orgasmo (o “limite”).
- A estimulação é interrompida por cerca de 30 segundos para evitar o clímax.
- Após a pausa, a estimulação é retomada até atingir o “limite” novamente, repetindo o ciclo.
- Essas etapas continuam até que se deseje finalmente alcançar o orgasmo.
Além disso, é importante prestar atenção a outras áreas do corpo. Quando o corpo está excitado, antes de atingir o ponto de clímax ou orgasmo, há um aumento da tensão muscular. Isso pode ocorrer nos músculos abdominais, nos músculos do assoalho pélvico e nos glúteos, que ficam mais tensos. A respiração acelera, muitas vezes a pélvis se movimenta de maneira mais agressiva, há um foco maior nas sensações que geram a excitação sexual e a velocidade dos movimentos pélvicos aumenta, intensificando o prazer geral.
Para retardar o clímax, é necessário prolongar essa fase de excitação sexual. Uma maneira de fazer isso é focar na respiração: em vez de respirar rapidamente pelo peito, tente respirar lentamente pelo abdômen. Isso ajudará a relaxar os músculos tensos. Além disso, deve-se tentar manter níveis de intensidade moderados e lentos, ao invés de altos e rápidos.
Um erro comum que muitos homens cometem é tentar se distrair das sensações sexuais pensando em coisas como o aumento do dólar ou na vizinha de 80 anos. Isso pode causar desconforto e ansiedade durante a relação sexual e não contribui para uma experiência satisfatória.
Contras da prática
Antes de tentar realizar o edging, deve-se considerar alguns inconvenientes:
Considere a opinião de sua parceira
É crucial lembrar que não existe um “orgasmo normal”. Cada pessoa experimenta o prazer sexual de forma única. Algumas pessoas gostam de evitar o orgasmo, enquanto outras preferem “chegar lá” rapidamente.
Se isso envolve uma parceira e ela se incomoda, é importante discutir a questão abertamente para encontrar uma solução conjunta.
Hipertensão Epididimal
O edging é geralmente seguro e não causa efeitos colaterais duradouros. Em raros casos, pode causar hipertensão epididimal, ou “bolas azuis”, caracterizada por dor nos testículos devido à excitação sexual sem orgasmo. Os testículos podem adquirir uma coloração azulada, e outros sintomas incluem dor e peso na região por causa da restrição do fluxo sanguíneo. Quando passageira, isolada e com pouca intensidade, a hipertensão epididimal não deve levantar muita preocupação, pois a condição pode ser resolvida provocando a ejaculação.
Uma coisa com a qual você não precisa se preocupar é o que acontece com o seu sêmen se você não atingir o orgasmo, pois se você não ejacular, seu corpo reabsorverá o sêmen ou você terá uma ejaculação noturna, conhecida como polução noturna.
Masturbação Idiossincrática
Um problema do edging, quando praticado sozinho e com muita frequência, é a masturbação idiossincrática. Isso ocorre porque o homem se acostuma tanto com uma forma específica de obter prazer sozinho que só consegue se satisfazer recriando as mesmas circunstâncias. Essas condições, por serem muito específicas, são difíceis de replicar com uma parceira.
Conclusão
O edging, ou controle do orgasmo, é uma técnica sexual que, quando praticada corretamente, pode amplificar significativamente o prazer e a intensidade dos orgasmos. Além de ajudar a tratar problemas como a ejaculação precoce, também proporciona uma maior consciência corporal e uma exploração mais profunda das preferências sexuais individuais. No entanto, é importante estar ciente dos possíveis inconvenientes, como a hipertensão epididimal e a masturbação idiossincrática, que podem surgir com a prática prolongada e inadequada. Compreender e aplicar técnicas de respiração e foco, ao invés de distrações desconfortáveis, pode transformar a experiência sexual, aumentando tanto o prazer individual quanto o compartilhado com o(a) parceiro(a). Portanto, o edging pode ser uma prática valiosa para aqueles que buscam aprimorar sua vida sexual, desde que seja feito com conhecimento e cuidado.
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