No mundo acelerado de hoje, os relacionamentos podem parecer mais complexos do que nunca. Com a ascensão das redes sociais e a constante pressão para se manter conectado, os homens do século XXI enfrentam desafios únicos quando se trata de amor e relacionamentos.
A Era do Amor Líquido
Vivemos na era do “amor líquido”, onde os relacionamentos muitas vezes se assemelham a relações de consumo1. Buscamos ansiosamente por alguém que nos complete, sem nos darmos conta de que nosso “objeto de desejo” também está incompleto1. Isso pode levar a uma busca incansável de nós mesmos, resultando em relacionamentos curtos, vazios e frágeis.
Um exemplo disso é a história de Carlos, um jovem de 25 anos que vive em São Paulo. Carlos está sempre em busca do “par perfeito”. Ele passa horas nas redes sociais, deslizando para a direita e para a esquerda, na esperança de encontrar alguém que preencha o vazio que sente. No entanto, ele raramente se envolve em relacionamentos de longo prazo. Para Carlos, assim que a fase da “lua de mel” acaba e os desafios começam a surgir, ele se encontra deslizando novamente, em busca de uma nova “conexão”.
Essa busca constante por algo “melhor” ou “mais fácil” é um exemplo clássico do amor líquido. Em vez de trabalhar através de desafios e construir um relacionamento sólido e significativo, Carlos opta pela facilidade de uma nova “conexão”. Infelizmente, essa abordagem raramente leva a relacionamentos duradouros e satisfatórios.
A Importância da Conexão e Aceitação
Conexão e aceitação são duas buscas incessantes do ser humano desde a primeira infância. No entanto, na era digital, tornou-se cada vez mais comum substituir conexões reais por interações virtuais. Isso pode levar a uma falta de conectividade real, uma “doença” do século XXI.
A conexão forte entre duas pessoas consiste em compartilhar uma linguagem comum não falada com seu outro significativo. Em outras palavras, significa ficar em sintonia com as necessidades e problemas do parceiro. Além disso, existe uma sinergia entre duas personalidades que cria um equilíbrio entre empurrar o outro em direção ao crescimento e permanecer em um lugar confortável para cair. Por isso, esse tipo de conexão forte é a cola que mantém seu relacionamento unido. É o fator X que mantém seu vínculo forte.
Saber que seu parceiro te aceita como você é ajuda a criar um senso de pertencimento ao relacionamento. Mas aceitação não significa apenas que a pessoa aceita você. Também significa que você sente como se fizesse parte da família e da vida dela em geral. Esse sentimento de pertencimento pode se fortalecer quando a pessoa te apresenta para os familiares e amigos, planeja atividades junto com você, compartilha sonhos e metas para o futuro e pede seu conselho ao tomar decisões. Sem essa sensação de aceitação, você pode sentir como se estivesse “de escanteio” na vida da pessoa. Esse não é um lugar confortável de se estar.
Um exemplo disso é a história de Heraldo, um jovem de 25 anos que vive no Rio de Janeiro. Heraldo é um usuário ávido de redes sociais e passa grande parte do seu tempo interagindo com amigos e familiares online. No entanto, ele começou a perceber que, apesar de ter centenas de “amigos” online, sentia-se frequentemente sozinho e desconectado. Ele ansiava por conexões mais profundas e significativas, mas não sabia como alcançá-las no mundo digital. Sempre sentia que lhe faltava algo.
Heraldo decidiu fazer uma mudança. Ele começou a limitar o tempo que passava nas redes sociais e a investir mais tempo em interações face a face. Ele começou a se abrir mais com seus amigos e familiares, compartilhando seus desejos, esperanças e sonhos. Ele também começou a aceitar aos outros como são, sem julgamento ou expectativas. Com o tempo, começou a sentir uma conexão mais profunda e significativa com as pessoas em sua vida. Ele descobriu que a aceitação e a conexão autêntica são a chave para relacionamentos saudáveis e gratificantes.
Fuja das Armadilhas
1. Cultive o amor-próprio
O amor-próprio é a base de qualquer relacionamento saudável. Antes de buscar o amor em outro, é importante encontrar a aceitação e a felicidade dentro de si mesmo. Por exemplo, se você não está feliz consigo mesmo, pode ser difícil encontrar a felicidade em um relacionamento. Portanto, é essencial trabalhar em seu próprio crescimento e desenvolvimento pessoal antes de entrar em um relacionamento.
2. Busque conexões autênticas
Em vez de se contentar com interações superficiais, busque conexões profundas e significativas. Isso pode significar passar menos tempo nas redes sociais e mais tempo em interações face a face. Por exemplo, em vez de passar horas navegando nas redes sociais, tente passar esse tempo conhecendo alguém pessoalmente. Isso pode levar a conexões mais profundas e significativas.
4. Seja paciente
O amor e os relacionamentos não são uma corrida. Leva tempo para construir conexões sólidas e significativas. Por exemplo, se você está ansioso para encontrar o “amor da sua vida”, pode ser tentador se apressar em um relacionamento. No entanto, é importante lembrar que os relacionamentos de qualidade levam tempo para se desenvolver.
4. Evite a idealização
Muitas pessoas ficam pensando e tentando ser ‘quem’ acreditam que o outro quer encontrar. Isso é bobagem, perda de tempo e tem grandes chances de dar errado! Quando você tenta parecer quem não é, termina atraindo alguém que não vai lhe fazer feliz. Portanto, seja autêntico e verdadeiro consigo mesmo.
5. Evite a armadilha da história pessoal
Sua história pessoal pode ser uma armadilha se essa história não estiver em processo de integração. Por exemplo, se você teve experiências negativas em relacionamentos passados, pode ser tentador trazer essas experiências para o seu novo relacionamento3. No entanto, é importante lembrar que cada relacionamento é único e deve ser tratado como tal.
6. Evite joguinhos
Se tem algo que considero realmente estafante é se relacionar com alguém que joga o tempo todo. Quer, mas diz que não quer. Faz, mas diz que não faz. Seja autêntico e assuma o que quer e o que sente e assuma as consequências e os riscos.
7. Mantenha-se atento aos fatos
Quando se está muito carente ou ansioso para encontrar alguém bacana, é mais fácil se deixar enganar e terminar acreditando no que ‘se quer’ e não no ‘que é’. Ouça o que o outro diz. Observe o que ele faz. Seja claro quanto ao que você quer e mantenha-se atento ao modo como ele reage e o que diz sobre isso.
8. Não prorrogue demais o encontro real
Conhecer alguém pela internet é ótimo, mas passar anos nesta relação virtual sem nunca se encontrarem, é uma perigosa armadilha2. É viver num mundo que não existe de verdade. Trate de marcar este encontro real assim que possível, até para constatar se vão se gostar também frente a frente, incluindo cheiros, gostos, manias, entre outros detalhes que a gente só percebe na convivência.
Conclusão
Navegar pelos relacionamentos no século XXI pode ser um desafio, mas não é impossível. Ao cultivar o amor-próprio, buscar conexões autênticas e ter paciência, podemos evitar as armadilhas comuns e construir relacionamentos saudáveis e gratificantes.
A chave para um relacionamento saudável e gratificante no século XXI é a autenticidade. Ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros pode levar a conexões mais profundas e significativas. Além disso, a aceitação de si mesmo e dos outros é crucial para a construção de um relacionamento sólido. Ao aceitar a si mesmo e ao seu parceiro como são, você pode criar um ambiente de amor e respeito mútuos.
Por fim, lembre-se de que cada relacionamento é único e deve ser valorizado como tal. Não há um “tamanho único” quando se trata de amor e relacionamentos. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Portanto, é importante encontrar o que funciona para você e sua parceira. Lembre-se, o amor é uma jornada, não um destino. Então, aproveite a viagem e celebre cada passo ao longo do caminho.
Referências:
- Relacionamentos no século XXI: da liquidez ao desejo de conexão
- O amor no século XXI – Jornal A Gazeta do Acre
- Relações sociais no século XXI. Relações sociais na Internet
Imagens: